‘Sua mãe te pintou de preto, você deveria retornar para escravatura’, diz idosa presa por racismo contra vendedora

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Uma idosa de 83 anos foi presa em flagrante por injúria racial em uma loja, no Centro de Campo Grande. Segundo o boletim policial, a vítima de 22 anos, é vendedora do local e chegou a informar a suspeita que estava cometendo um crime, mas foi ignorada. O caso segue em investigação.

Conforme a polícia, a mulher estava experimentando um óculos na loja quando, no meio do atendimento, exigiu um café. As funcionárias relataram que a idosa pediu para que a “moreninha” lhe servisse um café.

Uma das atendentes teria levado a bebida até a suspeita, e ouviu o seguinte comentário: “mas você não é morena, e sim branca”. A jovem disse ter lavado na brincadeira e atendimento continuou normalmente.

 

No fim do atendimento, a idosa pediu para que uma funcionária a acompanhasse até sua casa, próxima ao local.

“É, você não é branca mesma. Sua mãe te pintou de preto e você deveria retornar para a escravatura”, disse a idosa antes de sair da loja.

 

Ofendida com as palavras racistas da cliente, a jovem avisou que o que ela falava era crime, mas a mulher começou a gritar. A polícia foi chamada e na confusão, a idosa chegou a passar mal, precisou de atendimento médico e depois foi levada para a delegacia.

O caso foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro.

Diferença entre racismo e injúria racial

 

De acordo com o Código Penal, injúria racial é a ofensa à dignidade ou ao decoro em que se utiliza palavra depreciativa referente a raça e cor com a intenção de ofender a honra da vítima.

Já o crime de racismo, previsto em lei, é aplicado se a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade — por exemplo: impedir que negros tenham acesso a estabelecimento. O racismo é inafiançável e imprescritível, conforme o artigo 5º da Constituição.