Maricá é exemplo de diversidade no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

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A Prefeitura de Maricá mantém há oito anos uma coordenadoria destinada a atender representantes de diversas religiões que atuam no município. No Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado nesta sexta-feira (21/01), a responsável pela Coordenadoria de Assuntos Religiosos, Danieli Machado, considera a data um marco na luta pelo respeito às manifestações religiosas. Ela lembra que a data promove o diálogo inter-religioso, dando visibilidade à luta pelo respeito a todas as manifestações espirituais.

“Diversidade religiosa pressupõe a liberdade de professar a fé, independente da bandeira. Que nesse dia possamos incentivar um mundo mais tolerante, onde a minha fé não ofenda a fé do outro, onde haja o respeito cultivando a paz. Nosso trabalho é construir pontes, abrir o diálogo e promover a liberdade da fé”, disse a coordenadora, que conta com um grupo formado por membros de diferentes religiões para intermediar o diálogo dentro do órgão e também fora dele.

Desde a sua criação, a Coordenadoria de Assuntos Religiosos participa da organização do calendário de eventos para todos os tipos de religiões presentes no município. O apoio vai da lavagem das escadarias da Matriz de Nossa Senhora do Amparo, no Centro, à procissão pelo dia da padroeira da cidade (15 de agosto), passando pelo Dia do Evangélico (25 de maio) e das comemorações do Dia de São Jorge (23 de abril), que atende a católicos e membros de religiões de matriz africana.

 

Líderes religiosos contra a intolerância

 

Para o babalorixá Jonas Liminha, Maricá se tornou um exemplo de convivência pacífica entre essas diferentes manifestações, onde não se costuma ver qualquer tipo de repúdio ou até ataque de vulto a qualquer uma delas.

“Maricá mostra que o conceito de tolerância já foi superado e que isso precisa ser estendido para todo o país. Não é mais uma questão apenas de tolerância, mas de respeito mesmo pela espiritualidade do outro. É muito mais importante você ser respeitado pelo outro do que somente tolerado. A luta precisa mudar a partir da atualização deste conceito”, acredita Liminha, que é presidente da Fonte para Orientação Religiosa das Matrizes Africanas (Forma), entidade que congrega os terreiros e casas de umbanda e candomblé em Maricá.

O padre Rafael Santana, atual líder da Paróquia de São José de Imbassaí – cuja capela histórica construída em 1675 testemunhou o início do povoamento da cidade –, endossa as palavras de Jonas Liminha.

“Este dia fala-nos ao coração que, mais do que tolerar, nós somos convidados a amar e respeitar o nosso próximo. Foi isso que Jesus nos ensinou”, lembrou o pároco.

Outros líderes religiosos da cidade também deram declarações sobre o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Para nós, espíritas, tolerância religiosa é respeito ao próximo, como pregou Jesus ao dizer: ‘Amai o próximo como a si mesmo’, afirmou Aristides Sérgio, membro do Conselho Espírita de Unificação de Maricá (Ceumar).

O mesmo viés foi utilizado pelo apóstolo Jorge, um dos líderes do ministério evangélico Ide, em Itaipuaçu. “O Amor sempre estará acima de todo e qualquer preconceito. Jesus resumiu a lei em dois mandamentos: Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo. Dentro de cada sentimento religioso, existe um ser que é a imagem e semelhança do criador. Ame-o e seja um agente transformador contra a intolerância religiosa”, aconselhou.