Com aluguel custando até R$ 3 mil, empresa constrói para acomodar funcionários.

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Terceiro maior município de Mato Grosso do Sul em extensão, Ribas do Rio Pardo é cenário da dispendiosa batalha de quem busca um metro quadrado para morar.

Com a obra de R$ 14,7 bilhões da fábrica da Suzano em curso, a cidade, a 103 km de Campo Grande, registra uma corrida por imóveis. Uma casa básica em bairro com asfalto já é alugada por até R$ 3 mil, enquanto empresas constroem para acomodar funcionários diante da escassez de habitações.

Outro termômetro da evolução dos preços é a quitinete. Até o anúncio da construção da fábrica de celulose, o imóvel com quarto, banheiro e pequena copa tinha aluguel de R$ 300. Em setembro de 2021, já custava R$ 600. Agora, em maio deste ano, o aluguel da quitinete varia de R$ 1.200 a R$ 1.500.

“E está ainda mais difícil de achar”, afirma Linto Wilmar Ferreira, corretor e proprietário da Livre (Linto Imóveis, Veículos e Reflorestamento).

Um imóvel “básico” em bairro asfaltado, com cozinha, sala, banheiro e dois quartos, antes tinha aluguel de até R$ 1.800. Hoje, é preciso desembolsar de R$ 2.500 a R$ 3 mil.

De acordo com Linto Ferreira, há opções mais baratas, porém em bairros sem asfalto e com menor oferta de serviços nas proximidades. Com a área urbana localizada às margens da BR-262, a cidade é seccionada pela rodovia. De um lado, fica a parte mais antiga e com melhor infraestrutura. Do outro, há duas décadas avança a “Ribas do Rio Pardo Nova”, com os bairros Estoril 1,2,3 e 4, além do Altos do Estoril.

Com tanta procura por imóveis, a cidade também entrou no radar dos golpistas. “Há um problema muito sério com relação a pessoas que anunciam o imóvel, pedem adiantamento do aluguel, mas chega na hora e não tem a casa. Estou no mercado imobiliário há quase 30 anos e me preocupo muito. Neste momento que estamos recebendo as pessoas, temos que atender bem para que possam ficar”, diz Linto.

Segundo o corretor, diante da falta de moradias, a iniciativa privada decidiu erguer casas para os funcionários. Após o fim do trabalho, os imóveis devem se comercializados.

Área urbana de Ribas do Rio Pardo é dividida pela BR-262. (Foto: Marcos Maluf)

“Tem empresa que está construindo 80 casas para atender os funcionários. Também tem muitos loteamentos adiantados. Cada um quer aproveitar um pouquinhos desse progresso”, afirma. Linto destaca que o município está discutindo a revisão do seu plano diretor, que orienta o desenvolvimento urbano.

Ribas do Rio Pardo tem déficit de três mil moradias. No ano passado, o governo do Estado autorizou construção de 250 bases para novas casas, com investimento previsto de R$ 3,6 milhões.

DESENVOLVIMENTO

Presidente do Secovi-MS (Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul), Geraldo Barbosa de Paiva afirma que a maior demanda por construção, atualmente, é em Campo Grande e Dourados. Mas Ribas do Rio Pardo tem se projetado no cenário estadual.

“Ribas é um município que esta em franco desenvolvimento urbanístico”, diz. Inclusive, a cidade e Campo Grande “brigam” pela mão de obra. “Campo Grande está com as obras de residências unifamiliares a todo vapor”, afirma Paiva.

Em setembro do ano passsado, cidade erguia seu primeiro prédio. (Foto: Marcos Maluf)

O presidente do Secovi avalia que quando houver o aquecimento pleno da indústria da construção em Ribas, a cidade possivelmente terá que buscar mão de obra em Três Lagoas ou São Paulo.

 

 

 

 

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